terça-feira, 29 de março de 2011

Comunicação e Educação

                                       Comunicação e Educação
        Falar de educação é falar de um processo permanente de mudanças, baseada em uma das
minhas entrevistas começo a contar-lhes como era forma de comunicação e educação há anos atrás.
        Antigamente os meios de comunicação eram através de recados ou cartas, com o passar do
tempo foram surgindo às rádios e jornais que serviam como meio de comunicação, o rádio era o
meio mais utilizado pelos moradores do campo, como podemos ainda presenciar em algumas rádios
da cidade.
        No tempo de nossos avôs, nem todas as crianças iam para escola, pois não era obrigatório,
mas também porque tinham de ajudar os pais nos afazeres de casa. Contando com a vontade o de
uma das moças da comunidade que tinha estudo, reuniam-se todas as crianças para aprender o
básico, a ler, escrever e fazer cálculos, geralmente em velhos galpões, sem atrativos e condições,
apenas cadeiras e algumas mesas tornavam-se salas de aula, para crianças de diversas idades.
        “Os nossos pais antigamente queriam nos ver trabalhando ainda crianças, ajudando no
sustento da casa, o estudo ficava para depois, pois precisávamos aprender a viver a vida que não
era muito fácil.” Celoi Oliveira.
        Com o passar do tempo foram criadas as escolas rurais, onde crianças de várias localidades
se deslocam a pé, a cavalo ou carroças para estudar.
        As coisas foram melhorando, mais escolas surgiram e estas passaram a ser para todos, pois
eram de fácil acesso. Cada turma passou a ter a sua professora responsável, com o término do aluno
no primário, os mesmos passavam a ter professores específicos para cada matéria.
        Os livros eram o passaporte para essas aventuras, pois naquele tempo não existiam as
tecnologias que temos hoje.
        As coisas foram mudando, era obrigatório as crianças irem à escola e os pais viram a
importância de se ter estudo. A escola era muito rigorosa, os professores eram muito rígidos, se
faziam respeitar, e eram respeitados, mesmo sendo algumas vezes injustos, era comum ao aluno
sofrer castigos por mau comportamento, ou desrespeito aos professores ou até mesmo por não
fazerem as lições de casa.
        “;;Os nossos professores eram como os nossos pais autoritários, era tudo muito diferente
da educação dos dias de hoje, antigamente estudar era coisa séria, tínhamos até uniformes, Deus
me livre ir com o uniforme sujo ou amassado, de maneira alguma era permitido falar alguma
besteira pro pai da gente ou pro professor, era muito diferente, hoje até de sexo se fala com os
pais e com os professores. Eu acho que as coisas estão muito liberadas, as crianças estão sem
limites. Naquele tempo a gente escutava muito a rádio, e escrevia muita carta.” Celoi Oliveira.
        “A escola há trinta anos era tradicional, o aluno não tinha direito de se expressar como
hoje, era totalmente fechada para o aluno.” Paulo Freitas.
        “Os professores apenas ensinavam o conteúdo, não era como hoje, não tínhamos tanta
abertura assim.” Julieta Ramos.
        Como podemos concluir a educação esta em continuo desenvolvimento, claro que a
realidade já está bem diferente, hoje as escolas oferecem uma estrutura bem planejada, salas de
aulas amplas, mesas e cadeiras para todos, laboratórios de ciências, informática, pátio, refeitório e
atividades extraclasse. O ambiente também mudou, os professores e alunos criaram laços de
amizade, sabendo respeitar um ao outro.
        Mas ambos ainda têm muito que mudar, preciso que aluno aprenda a conhecer e valorizar a
sua escola, e a educação que está recebendo, pois hoje os professores passam a ter o papel de pais,
pois acabam convivendo mais tempo com as crianças do que seus próprios pais.
       A escola e os professores por sua vez também têm que se atualizar, pois estamos passando
por um período onde os avanços tecnológicos estão cada vez mais presentes em nosso dia-a-dia, e
este avanço exige um novo pensar que re-elabore novas técnicas pedagógicas e novas estratégias
para envolver os alunos, fazendo-os encarar os estudos de uma forma prazerosa, um momento
mágico de crescimento e aprendizado.
       Espero que daqui alguns anos, isso passe a ser diferente, onde teremos uma escola mais
aberta a idéias e mudanças, com professores mais capacitados, atualizados e valorizados. E com
alunos mais dinâmicos e mais concentrados com relação as suas responsabilidades.

Local onde vivo


Rua Felix da Cunha, Bairro Centro
CEP: 96508-230



Como em um sonho me ponho a olhar a rua que foi minha amiga de brincadeiras, minha arca do tesouro e minha confidente em meus tempos de infância. Não havia amiga mais devotada. Quando saía de casa, descendo correndo as escadas era ela que vinha me receber com seus mistérios, seus ruídos, seus cheiros e sabores inconfundíveis”.
Cláudia Valéria Miqueloti



Já se passaram 25 anos e aqui estou eu novamente sentada em frente à casa de minha vó, viajando por minhas lembranças tendo como inspiração minha rua e um velho banco de madeira construído por meu avô e reformado com o passar dos anos por meu pai, começo a contar a história do lugar onde vivo.
Com vocês a Rua dos Madeiras...
Tudo começou em 1965, quando meus avôs Celoi e Adão Madeira Pereira vieram de Caçapava para Cachoeira do Sul, naquela época minha mãe a filha caçula dos seis filhos da família tinha apenas sete anos. Uma rua de inicio sem calçamento, poucas e simples casas, sendo apenas três casas de alvenaria e alguns chalés acolhiam famílias, essa se tornou então o endereço de minha família.
Conhecido bairro de Cachoeira do Sul, por ter como seu ponto de referencia a proximidade com diversos pontos turístico da cidade como o Rio Jacuí, esse é meu segundo lar, pois me criei brincando de construir castelos gigantes nas areias, a igreja Matriz, onde fiz minha primeira comunhão, o Chateado D’ Eau (Castelo D Água em francês) lugar lindo onde passa horas esperando pra dar comida aos peixes, o Hospital de Caridade e Beneficência, onde nasci e belas praças onde me embalava nos balanços e brincava de pega-pega e como não podemos deixar de fora muito conhecido também por conter diversas casas noturnas, o motivo pelo qual hoje o local também conhecido como ZONA VÉIA.
Mas voltando para a rua, como conta minha vó com o passar dos anos, alguns moradores foram falecendo e seus herdeiros sem intenção de continuar morando naquela rua que estava a recém se formando acabaram vendendo sua propriedade, que por sua vez tiveram meus avôs como compradores. Hoje sentada nessa rua posso contar-les algo sobre cada morador que aqui reside, pois ainda recordo-me bem de minha infância e dos momentos mágicos que aqui vivi momentos estes de alegria, de medo, de tristeza, de aprendizado e descobertas, o primeiro beijo, os vários castigos, enfim momentos de uma vida. A primeira casa: a casa da esquina mora nossa vizinha Tânia, mãe de três filhos o Sandro, a Fernanda e a Luciana que por sua vez também se criaram nesta rua, e por acidente infelizmente tiveram sua casa devorada pelo fogo há alguns anos atrás, mas graça a ajuda dos vizinhos ninguém se feriu e hoje eles seguem sua vida normalmente construindo aos poucos o que foi perdido. Ao lado tem o galpão do meu avô Madeira, que infelizmente nós perdemos por conta da diabetes, o Seu Adão ou Madeira como era mais conhecido, sargento aposentado da brigada, que passava suas tardes dentro do seu velho fusca em baixo de sua árvore escutando as canções do cantor e compositor gaúcho Teixeirinha, também muito conhecido pelos jogos de pife, osso e rinha de galo, um observador e guardião da nossa rua, logo ao lado morava meu tio Irgen, que por motivos múltiplos acabou se afastando do seio da família, mas seu cantinho continua lá, hoje atualmente ele mora na Praia Nova, continuando a próxima casa é a da minha mãe, ops já ia esquecendo minha mãe Maria Eneida, como eu já havia contado antes venho morar na rua com apenas sete anos, e aqui como todos os meus tios construiu uma família, uma história e uma vida, casou-se com meu pai Edson Roberto das Neves, e juntos construíram o nosso lar, mas voltando ao assunto da casa essa eu conheço bem, primeiramente era uma casa simples, mas com um belo gramado na frente, isso conta meus pais, mas com o tempo a chegada de meus irmãos e eu fizemos com que a casa precisa-se de mais quartos e ai começou a construção, tanto eu como meus irmãos desde o nascimento moramos neste mesmo lugar, meu irmão Junior o mais velho tem 32 anos, depois minha irmã Chaiene com 27 e eu com 25 anos, hoje nossa casa está quase pronta, pois sempre tem uma reforminha para fazer, ao lado morava a Dona Noca, mãe de um grande musico cachoeirense Eurico Silva, era ela que cuidava de nós quando por ventura minha vó não podia isso era raro, mas acontecia, uma senhora bem velhinha, de cabelo branco e pele negra, infelizmente também já não está mais entre nós, depois do seu falecimento seu chalé ficou muito tempo abandonado, com vidraças e portas quebradas, o mato tomou conta e ai brincávamos que era uma casa amaldiçoada, lembro-me como se fosse hoje sexta feira costumava a passar o filme do “Jason – (Sexta feira 13)” na televisão, ai um dos meus tios colocava a teve na rua e nós fazíamos como num cinema, cada um com a sua cadeirinha assistindo aquele super filme de terror, e depois brincávamos de ver quem era o mais corajoso, tinha que entrar sozinho na casa da Dona Noca, sem vela nem lanterna, ih imagina que terror, o pátio da Dona Noca também serviu muitas vezes como palco pras atividades do dia do vizinho, isso sim era festa boa, o vô começava sexta feira com um sopão e claro a jogatina virava a noite, no sábado de manhã começava a festa com o som bem alto tocando musicas bem gaudérias, mas hoje em dia não existe mais essa casa, pois o Eurico vendeu este terreno pra minha mãe, ao lado do terreno temos o pátio da Maria, ela é cabeleireira mora na rua de cima, mas seu pátio faz parte da nossa rua, lá é o pomar da rua, nossa quantas vezes meus primos e eu nos machucávamos nos arames farpados pra roubar uma laranja, a Maria também era responsável pelos nossos cortes de cabelo, ao lado da Maria mora a minha Tia Ione, essa é minha mãe também, pois criou eu e meus irmãos como filhos e hoje até o filho dela fala que dividimos a mesma mãe, aos fundos da casa da minha tia, mora outro tio o Sinval, ao lado tem uma garagem de um vizinho que mora na rua de cima, este por sua vez, só o vimos quando ela vai cortar grama, adiante tem a dona Ide mais conhecida como a Vó do Marquinhos e da Bruna, pois seus netos tem mais ou menos a minha idade e brincávamos juntos, ela vendia os famosos sacolés, que fazia o maior sucesso, e para terminar na ultima casa morava a Lucia e a sua família, mas já faz muito tempo que se mudaram.. Começamos agora do outro lado da rua. Em frente à casa da Tânia mora a Maria mãe de dois filhos, um deles infelizmente perdeu a vida ainda muito jovem, ao lado da Maria mora minha vó, num sobrado, que tem como morador do andar de cima meu tio Adão, no mesmo terreno na parte de trás mora outro tio, o Mozart, recordo-me bem da casa de minha vó, uma grande cozinha com fogão a lenha, lá era o local onde meus avôs reuniam toda a família para um jantar isso quando por um bom motivo não estávamos todos no galpão, ao lado da casa da minha vó, mora a Dona Zeni, a enfermeira da rua, quando alguém precisa de uma injeção é com ela. Ao lado mora a Dona Edi com sua família, os próximos vizinhos são recentes e lá eles vivem como se fosse um condomínio, pois ali moram duas famílias, e ainda tem casas para alugar, lá mora a Marlene e seus dois filhos, o Leonardo e o Eduardo, que vieram morar na rua quando o Eduardo o filho mais velho tinha uns quinze anos, destino ou não hoje ele e uma das minhas primas são casados e tem um filho, e para encerrar na ultima casa mora o Sub conheço ele por este apelido, mas infelizmente não temos muito contato, pois eles são aposentados e passam boa parte do tempo viajando.
Então é assim o lugar onde minha família vive, onde eu nasci, cresci e pretendo nunca sair, um lugar que em cada canto trás lembrança da infância, da adolescência, das amizades de uma vida repleta de sonhos e ideais, e como não poderia ser diferente esta rua esta sendo a quarenta e seis anos o cenário perfeito para essa viajem em busca de velhas lembranças que o tempo jamais apagara, agora em frente à casa de minha mãe termino essa viajem.

Minha Rua.